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Artigo

12 julho 2021

TalentUs: Sérgio Aguiar: “Tenho cada vez mais vontade de ver e visitar lugares com a moto e menos vontade de apanhar um avião."

Moto en agua
Polónia, Balcãs, Espanha, Itália, Croácia, Bósnia e Herzegovina, Montenegro.... E, claro, Lisboa. Com mais de 70.000 quilómetros às costas e tendo viajado todos estes destinos na sua moto, uma Honda CRF1000L Africa Twin, apresentamos-te o nosso TalentUs português: Sérgio Aguiar, Sénior Developer na BABEL.


Amante de motos desde muito jovem, partilha a maioria das suas viagens através do seu perfil Instagram @twina.dventures, e assim, consegue mostrar ao mundo lugares invulgares de se visitar. Um dos seus desejos é ter mais tempo para poder viajar e visitar todos os destinos que gostaria.
Sem mais demora, começamos a viagem com o nosso TalentUs de hoje. Temos a certeza que vais descobrir grandes coisas!

 

Pergunta. Como surgiu a ideia de viajar de mota?  

Resposta. Desde muito jovem que sou um apaixonado por veículos de duas rodas. Primeiro comecei com bicicletas e aos 16 anos com motos.

Os meus colegas de trabalho também tinham uma grande paixão por motos e juntamente com eles decidi fazer a minha primeira viagem ao longo da Costa Vicentina, que durou 3 dias. A experiência foi tão boa que mesmo durante a viagem pensei que "esta será a primeira de muitas".

Depois desta viagem, decidi mudar para uma moto superior com a qual podia fazer centenas de quilómetros com algum conforto, e essa foi a razão pela qual comprei a minha atual moto de 1000cc, uma Honda Africa Twin.

Tenho cada vez mais vontade de ver e visitar lugares com a moto e menos vontade de apanhar um avião. Esta ideia surgiu do nada, justamente quando me apercebi que nenhum outro meio de transporte me daria o prazer e a liberdade que sinto numa moto, além de poder sentir todos os elementos do ambiente que tornam a viagem não só melhor, mas também mais desafiante.

 
Moto-Roma.png
Coliseu romano, Croácia.

P. Viajas sozinho ou acompanhado?

R. Comecei a viajar com um grupo de 5 pessoas, e à medida que o tempo foi passando, fui reduzindo-o cada vez mais. Para viagens de fim de semana ou viagens de alguns dias costumo viajar com amigos, mas para viagens de 2-3 semanas prefiro viajar sozinho. Quanto mais pessoas envolvidas na viagem, maior a probabilidade de ocorrência de acontecimentos imprevistos, mais atrasos há, mais confusão há, e sobretudo porque se eu quiser mudar o curso do plano inicial não preciso de perguntar se todos estão de acordo.

P. De todos os lugares que já percorreste até agora, qual escolherias como o teu favorito?

R. Lagos de Plitvice, na Croácia. É sem dúvida o lugar que mais me impressionou pela sua beleza natural e pelas suas paisagens absolutamente brutais. No entanto, o meu país favorito de todos os países onde estive é Montenegro. As pessoas são muito amáveis e simpáticas e as paisagens são de cortar a respiração.
 
Sergio-moto.png
Fonte Mágica de Montjuic, Barcelona.
 
P. Qual foi o teu momento mais feliz com a moto?

R. Lembro um momento muito feliz que foi a chegada a casa depois de ter estado fora durante 18 dias durante a minha viagem aos Balcãs. Senti-me feliz porque tudo correu bem, tive a sensação de ter realizado o meu desejo porque esta foi a minha primeira grande viagem ao estrangeiro. Apesar do cansaço acumulado pelos dias de viagem, o meu pensamento era "Quero voltar para continuar".

P. Qual é a única coisa que nunca pode faltar na tua mochila?

R. Sem dúvida, água. Durante as viagens de mota e o facto de estar em contacto constante com os elementos do ambiente é muito fácil desidratar, especialmente nos meses mais quentes. Quando viajo é normal consumir entre 2 a 3 litros de água por dia, de facto, é algo que nunca pode faltar na minha mochila, seja no Inverno ou no Verão.
 
Moto-agua.png
Pista country de aventura. ACT Portugal

P. Momento mais divertido...

R. Quando viajei para Espanha notei que havia muitas bombas de gasolina, por isso, gastava sempre até colocar a moto em reserva. Ao fazer isto, poupei tempo porque acabei por parar menos vezes e também acabei por poupar no consumo, uma vez que esta estava a ficar mais leve durante mais tempo.
Fi-lo durante dias e tudo correu muito bem, até que algures entre Saragoça e Barcelona me encontrei no meio de um deserto onde as poucas bombas de gasolina que lá existiam estavam todas abandonadas. Continuei e cada vez mais o depósito de combustível estava vazio e mais vazio. Comecei a pensar no pior (que ficaria sem combustível e no meio de um deserto) quando após alguns "soluços" da moto por falta de gasolina, vi o oásis ao fundo. Pouco antes de chegar ao posto de gasolina, cerca de 100-200 metros, acabei por ficar sem gasolina e tive de empurrar 300kg para lá chegar (entre o peso da moto e toda a bagagem).

Foi um momento onde não sabia se havia de rir ou chorar, mas no final tudo correu bem! Ainda que tenha gasto umas valentes calorias, deu para aprender a lição e rir um pouco. Desde então assim que a autonomia passava para menos de 100km, passei a atestar a mota no próximo posto que encontrasse.

P. Próximo destino?

R. Tenho muitos destinos de sonho pendentes, entre eles a Islândia, Noruega, Rússia, Índia, África do Sul, América do Sul (em geral), mas ainda não sei qual será o próximo. Mesmo assim, apesar de não ser em breve, o meu maior sonho é dar a volta ao mundo de moto.
 
María López
María López

Periodista en el departamento de Marketing y Comunicación de Babel.

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